Cidadã da Cidade de Halloween
Há anos atrás, durante
muitos anos, eu, amigos e primos fazíamos festa de Halloween aqui no puxadinho –
lugar que hoje moro. Um quartinho fora de casa.
A gente esperava o dia
chegar, pré-adolescente, fazia toda a decoração, se fantasiava, exatamente no
dia 31 e colocava o LP do MJ com a música Thriller pra tocar no repeat. Sim, LP
e sim, um som que toca vinil – que ainda existe.
Hoje veio a vontade de comprar
uma abóbora, fazer uma cara de mau e decorar o puxadinho. Do nada. Mas não foi
do nada. Na verdade, foi uma nostalgia de saber que vou sair aqui do puxadinho
já já e que essa parte de mim, essa história que fica aqui, foi uma época boa.
É o sentimento de desgarrar, de evoluir, de mudar. E hoje, essa memória vindo
tão forte, me bateu uma saudade aqui do puxadinho – lugar que passo a maior
parte do meu tempo, para me esconder da chuva ou para me esconder da realidade lá
fora.
Aquelas festas, simples,
mas repletas de simbolismos, trazem minha essência – de comemoração, de juntar
todo mundo, de estar próxima, de celebrar, de dançar, de rir, de fazer. Apenas
fazer, com pouco, com cuidado, com eficiência.
Aquelas festas me lembram
como eu era, como eu me diverti, a felicidade que era ser simples e quem eu queria ser - ao me fantasiar, ao fingir ser uma outra pessoa (quem eu quisesse; mais forte, mais "do mal", mais corajosa). Me lembram
uma época que eu sonhava; sonhava em ser, em sentir, em ter. Hoje sonho apenas
em existir (porque ser eu já sou): aqui, agora, com os meus, com as memórias nostálgicas, com as
vontades de voltar no tempo, de ver gente que não vejo mais, de rir do que
talvez hoje eu não riria, de fazer travessuras e me esbaldar nas gostosuras.
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