Estilo X Moda
Desde sempre eu curtia as coisas mais diferentes da vida.
Aos 13 anos entrei numa fase clubber. AMAVA cores. Cores fortes: laranja,
verde, rosa, neon. Misturava as cores das mais diversas formas e sempre dava
uma pitada de Carol às produções. Numa festa junina no colégio, fui de maria chiquinha,
uma camisa branca estilo ciganinha por baixo, por cima uma camiseta justa e
laranja, saia colorida, meião colorido em tons laranja (aquele das Chiquititas)
e muito acessório colorido, muito. Se ficou brega (aí
entra a questão do que é ser brega. O brega é algo não muito aceito pela "sociedade". É
algo que não estamos acostumados a ver com frequência e, de certa forma, gera
uma alienação horrorosa na hora de se vestir)? Pra MIM não. E lembro que na
época foi um sucesso . Passada a fase clubber,
conheci o rock e o seu pretinho básico. Me entreguei nas makes, nas roupas, nos
sapatos. Nunca fui dessas góticas melancólicas não, ao contrário! Mas me
inspirava na forma de se vestir. Nessa época, 90% do meu guarda-roupa era preto.
Comecei comprando um all star de cano longo preto e, tempos depois, a coturno. Logo depois passei pra saias
e camisas/camisetas pretas e depois foi a vez da sombra preta de cada dia.
Nessa época, até a cor do meu cabelo mudava com uma frequência anormal: um mês
estava natural, no outro vermelho, no outro vermelho e o fundo preto, no outro Borgonha,
no outro castanho. Sempre mutante, sempre querendo expor minha personalidade.
Por fim, o lance do preto passou por ter virado “modinha”.
Nunca fui chegada nisso. Depois da época do colégio, meu estilo se perdeu no
básico e, por incrível que pareça, na tão odiosa “modinha’. Claro, tinha lá uma
pitada ou outra de diferença, uma peça ou outra que ninguém usaria e
combinações inimagináveis. Mas no fundo, tava no meio da alienação. Foi com a
criação do blog, posso afirmar, que a fênix ressurgiu das cinzas. Aquela menina
presa no ensino médio começou a dar pitaco nos looks da menina de 25 anos que
hoje escreve essas palavras e meu estilo tem se concretizado exteriormente
cada dia mais. Eu não dito moda, eu não faço moda, eu não uso apenas coisas que
ninguém usa e nem repudio a modinha. Não. Eu uso o que me cai bem, o que me dá
segurança e conforto e, o mais importante, o que me deixa ser quem eu sou. Hoje
consigo reunir tudo que sempre gostei no que eu visto. Consigo fazer um look
completamente dark com uma pitada de cor seja no sapato ou na bolsa. Consigo
misturar o clubber com o gótico, a coturno com uma calça jeans básica, as cores
fortes de acessórios num look off White, um look colorido com uma sandália
nude, uma camisa rocker com uma saia mais lady. Consigo passar a imagem que
quero com o que me veste.
Com os anos, aprendi que o que eu uso diz muito sobre mim. Meus gostos, minhas preferências, meu ânimo, minha vontade e até meu dinheiro. Aprendi
que a moda pode ser ditada por pessoas que tem conhecimentos e trabalham com
isso. Mas o estilo quem faz é cada um. O lance de pegar uma camisa, combiná-la
com a estampa de uma saia, lembrar daquela sandália no fundo do guarda-roupa que ficaria ótima no look, colocar
aquele colar já há muito esquecido e que vai cair como luva, manifesta meu eu naquele momento, naquele dia, naquele instante. E é isso que deve ser levado em consideração, sempre! Afinal, ninguém nos conhece melhor que nós mesmos.
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